domingo, 17 de fevereiro de 2019

Volta ao Algarve 2019 : o Guia


A nossa melhor prova velocipédica está quase a dar o tiro de partida: é a Algarvia 2019.
A maior competição de ciclismo realizada em Portugal começa já no próximo dia 20 de Fevereiro em Portimão e termina no dia 24 no Alto do Malhão (Loulé) . É a Volta ao Algarve. É a sua 45ª edição.
Nem sempre foi assim, mas desde 2006 que é. A aposta foi ganha e hoje durante 5 dias podemos ver pedalar nas estradas algarvias os melhores atletas da modalidade. Quando alguém pouco dado ao ciclismo fica surpreendido quando lhe dizemos que a melhor e mais importante competição é a Volta ao Algarve, contrariando a resposta tradicional que seria: Volta a Portugal, a razão é o argumento apresentado anteriormente. Na Volta ao Algarve estão os melhores do mundo. Os ciclistas e as equipa (WorldTour )!
Alberto Contador : um mar de gente
Foto: Carro Vassoura
 
Num grande trabalho de organizadores, patrocinadores, camaras municipais, região de Turismo do Algarve e de todos os entusiastas de ciclismo algarvios, ano após ano a Algarvia tornou-se uma referência no calendário das equipas. O facto de pelo 3º ano consecutivo a competição ter transmissão televisiva demonstra bem a excelência do trabalho realizado.
No Algarve aproveitam-se as oportunidades: bom tempo, boa hotelaria, boas estradas, bons percursos. Estas são as principais características que as equipas procuram nesta altura da época onde na maioria dos países europeus neva, faz vento e muito frio. Na Algarvia uma equipa pode ficar sediada no mesmo hotel durante toda a competição sem grandes complicações na logística. Aqui todos os hotéis ficam relativamente perto do início de cada etapa e do seu final.
A edição que começa já na próxima quarta-feira com 778 km e tem, na teoria, duas chegadas para sprinters (Lagos e Tavira), duas chegadas em alto para trepadores e punchers ( Foia e Malhão ) e um CRI que este ano se realiza novamente em Lagoa.  
Participam 12 equipas do escalão máximo: World Tour; 4 equipas Pro Continental e as 8 equipas portuguesas inscritas no escalão Continental.
 
 
O pelotão (ver starlist aqui)
 
Ano após ano ouvimos dizer que “este é o melhor pelotão de sempre” o que não é necessariamente verdade. E este ano não é de facto o melhor “pelotão de sempre”. É, no entanto, o melhor pelotão a percorrer as estradas portuguesas no ano 2019. Não há grandes dúvidas nisso.  Muitas equipas, principalmente as equipas WT apresentam-se na Volta Algarve 2019 sem as suas melhores peças dando sinal que estão em Portugal para ganhar “andamento”.
 

 

BORA-HANSGROHE
A equipa de Peter Sagan, que nunca correu no Algarve, deixou de fora alguns nomes importantes: Rafa Majka que é presença habitual e David Formolo são alguns exemplos. A equipa alemã aposta em Patrick Konrad que se apresentou em bom plano na Vuelta a Murcia e o sprinter Pascal Ackermann para as duas etapas planas. Ackermann teve um ano 2018 fantástico com 9 triunfos incluindo o título de campeão alemão de estrada. Para o dia de Lagoa o homem a ter em conta é o campeão polaco de contrarrelógio Maciej Bodnar.



 
CCC TEAM
A equipa polaca estreia-se este ano como equipa World Tour. Teve um reforço de luxo. Parte da estrutura da americana BMC. Em 2019 conta já com 3 triunfos e na Volta ao Algarve tem como principal figura o português Amaro Antunes que a correr em casa e no “seu quintal “tentará repetir a vitoria de 2017 no Alto do Malhão e o 5º lugar da geral individual.
DECEUNINCK-QUICK STEPS
A alcateia belga da Deceuninck-Quick Steps começou o ano como terminou o anterior. A vencer em tudo o que são corridas. Com poucos dias de competição já triunfaram por 8 ocasiões e no Algarve o objetivo é continuar com a senda de vitórias. Para isso contam com Enric Mas apoiado pelos super Yves Lampaert, campeão belga e pelo checo Zdeněk Štybar um nome já habitual na prova algarvia. Lembram-se de Stybar destruir o pelotão inteiro nos primeiros km da subida ao Alto da Foia em 2017? Pois este ano pode suceder o mesmo, desta vez em prol do espanhol, Mas.  Quando as etapas terminarem em plano (Lagos e Tavira) é o holandês Fabio Jakobsen que assume a liderança da equipa.


 
GROUPAMA - F D J
O francês não tem homens para a geral individual. Para a Volta ao Algarve o objetivo é levar Arnaud Demare às vitorias nas etapas ao sprint e Stefan Kung aos lugares cimeiros no contrarrelógio individual.
LOTTO SOUDAL
Uma equipa de segunda linha que não significa que esteja hipotecada as hipóteses de vitórias. Já sabemos como são os belgas da Lotto Soudal : atacar, atacar, atacar e atacar.
TEAM DIMENSION DATA
Os sul-africanos trazem nomes importantes e que normalmente vencem todos os anos. No entanto é difícil antever algum sucesso à Team Dimension Data nesta Volta ao Algarve. Michael Valgren, que trocou a Astana Team pela TDD, venceu o ano passado a Omloop Het Nieuwsblad e a Amstel Gold Race e deverá percorrer as estradas algarvias (e alentejanas) em modo de preparação para as clássicas que se aproximam. Edvald Boasson Hagen já ganhou este ano. Foi no contrarrelógio inaugural da Volta à Comunidade Valenciana. Em Lagoa a concorrência é forte. Por fim, Ben King que venceu a camisola de melhor trepador da Volta ao Algarve de 2018 e que parte para a edição de 2019 como o homem a apostar nas etapas em montanha. O ano passado o americano teve duas vitorias fantásticas na Vuelta a Espanha: Sierra de la Alfaguara   e em La Covatilla.
 

TEAM KATUSHA ALPECIN
A equipa de José Azevedo é a única equipa World Tour que se apresenta na 45ª Volta ao Algarve com portugueses na sua formação. José Gonçalves e Ruben Guerreiro. Simon Spilak não teve uma temporada fácil em 2018 mas é uma aposta bastante forte para a geral individual. Anda bem no contrarrelógio e sobe razoável e as subidas na Volta ao Algarve não são propriamente os Alpes ou os Pirenéus. Quem se estreia no Algarve é o russo Dmitry Strakhov que na sua anterior equipa , a Lokosphinx, fartou-se de ganhar em Portugal no ano 2018: Volta ao Alentejo, GP das Beiras e Clássicas da Arrábida. É um nome a ter em atenção.
TEAM JUMBO – VISMA
A Team Jumbo-Visma como é habitual visita a Volta ao Algarve. Em 2019 a aposta é clara e igual a 2018: Dylan Groenewegen para vencer as etapas em sprint. O ano passado o holandês fez o pleno ao vencer em Tavira e Lagos.
 
TEAM SKY
As últimas 5 edições da Volta ao Algarve 4 foram ganhas pelos britânicos. Duas vitorias para Geraint Thomas e outras tantas para Michał Kwiatkowski. Ambos estão ausentes da Algarvia.
A Team Sky tem no espanhol David De La Cruz o líder para atacar a camisola amarela. Wout Poels é normalmente o fiel escudeiro dos líderes da formação britânica e no Algarve não deve ser diferente. Dylan van Baarle que é campeão holandês de contrarrelógio e que já ganhou na Austrália este ano é outra das figuras da Team Sky que tem como alternativa a De La Cruz, o jovem britânico Tao Geoghegan Hart.
TEAM SUNWEB
Uma equipa sem grandes nomes onde apenas se destacam o dinamarquês Søren Kragh Andersen e o jovem holandês Sam Oomen que venceu a camisola da juventude na edição 2018 da Volta ao Algarve.

 
TREK-SEGAFREDO


Os americanos da Trek-Segafredo apresentam-se no Algarve com uma equipa bastante equilibrada e com nomes que habitualmente associamos a bons resultados. A última vitória de John Degenkolb na Volta ao Algarve já foi à 8 anos, mas o alemão continua a ser a aposta para as duas etapas propicias a terminar ao sprint. O italiano Gianluca Brambilla é um “lutador”. Se tiver em dia sim é homem para acompanhar os primeiros nas etapas com mais dificuldade. Jasper Stuyven e Mads Padersen não estão no seu terreno favorito e devem fazer da Volta ao Algarve preparação para as corridas de 1 dia onde são nomes a ter em conta.
UAE TEAM EMIRATES
A equipa árabe traz Fábio Aru como principal figura. O sucesso da equipa deverá resumir-se ao que o italiano conseguir fazer durante os 5 dias de competição. Os últimos anos não foram fáceis para Aru que tenta no Algarve relançar uma carreira que tem sido do 8 ao 80. Para o ajudar a aposta é o croata Kristijan Đurasek.
CAJA RURAL-SEGUROS RGA


 Os espanhois da Caja Rural tem em Jon Aberasturi o seu homem para as etapas de sprint , o campeão português Domingos Gonçalves para as fugas e Sergei Chernetski para a geral individual. Chernetski trocou a Astana pelos espanhois mas quer continuar a ter a oportunidade de brilhar ao mais alto nível.
 
COFIDIS, SOLUTIONS CRÉDITS
Os franceses não terão muitas hipóteses para brilhar. O experiente espanhol José Herrada pode intrometer-se nos lugares de destaque das etapas mais inclinadas, mas as probabilidades de sucesso são muito poucas. Christophe Laporte já ganhou este ano e é a flecha da Cofidis para as etapas mais rápidas.
W52-FC PORTO
Os portugueses da W52-FC Porto são este ano equipa Pro Continental e como tal as exigências são outras. No Algarve apresentam 3 caras novas para acompanhar Raul Alarcon que é o líder da equipa: Edgar Pinto para o terreno empinado, Daniel Mestre para as chegadas em sprint e Joaquim Silva para o que der e vier. Mostrar-se ao publico português e aos telespectadores será o grande objetivo da equipa comandada por Nuno Ribeiro.
WANTY-GOBERT CYCLING TEAM
Habituados a outras corridas e a outros terrenos os belgas da Wanty-Gobert tem em Timothy Dupont a grande figura. O resto da equipa deverá andar nas fugas do dia e “mostrar a camisola”.
EQUIPAS PORTUGUESAS CONTINENTAIS.


Todas as equipas portuguesas. Continentais estarão presentes na Volta ao Algarve. São 8: Ludofoods Louletano Aviludo; Efapel; LA Aluminios; Miranda – Mortágua; Radio Popular Boavista; Sporting Clube de Portugal/Tavira; UD Oliveirense/InOutbuild; Vito-Feirense-Pnb.
As hipóteses de sucesso são quase nulas. Na Volta ao Algarve às equipas Continentais portugueses resta-lhes a visibilidade mediática da competição e as transmissões televisivas. Do conjunto apresentados pelos diretores desportivos português destacam-se : Vicente García de Mateos pelo Louletano Aviludo , João Benta e Luis Mendonça pela Radio Popular-Boavista e Tiago Machado e Alexander Grigoryev pelo Sporting/Tavira.
 
 
Sobre o percurso já se disse o mais importante. São 5 etapas, duas com chegadas rápidas, duas com chegada em alto e um contrarrelógio individual. No total são 778 km.  A chegada ao ponto mais alto do Algarve no segundo dia de prova (Foia) deverá ser um dos pontos decisivos para encontrar o vencedor final. São no total 15km com uma pendente média de 4,7%. Tal como o ano passado a subida é feita por Monchique o que significa um início menos agressivo e menos inclinado. Vantagem para os homens que sobem bem, mas que gostam pouco de forte inclinação. No entanto os ciclistas encontraram inclinações a rondar os 10% nalguns pontos da ascensão.  Um grupo de 10 a 20 ciclistas deverá discutir a vitoria na etapa 2.  
Etapa 2- Almodôvar- Alto da Foia
 
Outro ponto decisivo será certamente o CRI. O percurso dos 20,3 km de Lagoa apresenta alguma dificuldade e não é totalmente plano. Quem sair de amarelo e com uma vantagem de umas dezenas de segunda parte em posição muito privilegiada para ganhar a Algarvia.  Apesar das dificuldades da última etapa, em especial com a difícil chegada ao Alto do Malhão que é ultrapassada duas vezes, não é habitual grandes diferenças entre os homens da frente. Exceção à reviravolta que aconteceu em 2018.
Etapa 5: Faro-Malhão
 

 

1ª etapa:20/02 – Portimão -Lagos (199,1 km ) PERFIL
2ª etapa: 21/02 – Almodôvar-Foia (Monchique) (187,4km ) PERFIL
3ª etapa: 22/02 – Lagoa-Lagoa CRI (20,3 km) PERFIL
4ª etapa: 23/02 – Albufeira – Tavira (193,3 km ) PERFIL
5ª etapa: 23/02 – Faro – Malhão (Loulé) (173,5km) PERFIL
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Transmissão Televisiva: Eurosport 1 e TVI 24
Livro Oficial da Prova: aqui
Starlist : aqui
Hastag: #valgarve2019  #valgarve19
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Boa Volta ao Algarve 2019
AT
 

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